Você sabe por que nos tutoriais de saia no estilo godê sempre é indicado deixar a peça pendurada durante algumas horas ou dias? Garanto que você já leu ou ouviu em alguns tutoriais essa orientação, mas você sabe a real importância de adotar essa prática em sua casa ou ateliê?
Eu confesso que antes de aprender mais profundamente sobre tecidos e suas formas de comportamento eu pulava essa etapa sem nenhum peso de consciência. Mas como a gente sabe que o capricho nos detalhes, a atenção ao acabamento e principalmente o conhecimento do processo valorizam muito o resultado final da peça, vale a pena dar uma atenção especial e ter esse cuidado antes de terminar a saia.
A saia godê é cortada na diagonal do tecido, e cortando o tecido dessa forma obtemos um caimento mais “maleável” ou mais “elástico”, e é esse corte que dá todo o movimento conhecido desse tipo de saia. Depois que a gente costura a saia e ela fica na posição final, essa tendência “elástica” do tecido faz ele “lacear” e embicar, como normalmente é chamado esse processo.
Para evitar o desconforto de fazer a barra e depois ver partes do vestido tortas, a gente deixa a saia pendurada por algumas horas, ou até dias, para que as tramas assentem e cedam o quanto for necessário. E aí sim, corta novamente a barra compensando os bicos que possam se formar.
Todos os tecidos vão ceder? Nem sempre! Depende do peso, da elasticidade, da tração que o tecido sofria no rolo, entre outras coisas. Mas adotar esse método como rotina nesse tipo de saia pode economizar tempo e dor de cabeça.
Pensei em rescrever isso para vocês pois quando fiz a saia mídi do último post, uma aluna me questionou o motivo de adotar tal prática. E se ficou alguma dúvida em relação a esse processo, pode deixar nos comentários que vai ser um prazer responder!
Um grande beijo meus amigos e muito obrigada por todo carinho!